Critical Watcher

Há cerca de cinco bilhões de anos, o meio ambiente esteve protegido da exploração humana. Com o passar de 100 mil anos foi percebida a notável desestruturação e derrocada da “harmonia” antes existente. É fácil perceber isso quando pensamos no período de chegada dos portugueses ao Brasil. Nesse tempo, os índios usufruíam construtivamente do meio em que viviam, não destruindo dessa forma a base de suas vidas: a natureza. Em contraponto, os europeus, buscando o acúmulo de suas riquezas, destruíram abruptamente os nossos recursos naturais, acreditando, talvez, que seriam infindáveis.

A necessidade de mudança e de uma nova maneira de agir com relação aos problemas que o mundo vem enfrentando explicita-nos a idéia de que precisamos urgentemente de uma nova ética planetária: O ethos mundial. Essa postura é na verdade um consenso no qual idéias viáveis já existentes são discutidas e apontadas como soluções para a problemática terrestre. O futuro de nossos descendentes, portanto, está em nossas mãos e, o tempo para que possamos pensar sobre tais questões já está se esgotando. A avançada crise em que vivemos choca-se intensamente sobre nossas costas e, ao mesmo passo, cresce em nível cada vez mais acelerado. Como resposta a isso, a nossa adaptação ao ambiente terrestre está cada vez mais difícil.

As práticas econômicas anteriores ao capitalismo não geravam a degradação absurda e o estoque de alimentos hoje existente. Já existem algumas empresas desenvolvendo projetos na área ecológica que minimizam consideravelmente esses danos. No entanto, o capitalismo, em grande parte, não adota práticas ecologicamente corretas e não há estímulos para projetos de proteção ambiental. Os problemas da expansão capitalista, até então pouco observados, vêm tornando-se cada vez mais alarmantes.

O desenvolvimento industrial, por exemplo, propiciou-nos a mecanização e a robótica, fator este que trouxe à tona riqueza e desenvolvimento. Entretanto, se visto por outro lado, fez surgir consideráveis diferenças entre os grupos sociais, o que acarreta a má distribuição das riquezas e a desigualdade. Outro problema que emerge, é em relação às práticas absurdas lançadas sobre o meio ambiente. O homem vem cada vez mais se apoderando da biosfera, sem tomar consciência dos danos que produz: o desflorestamento, o efeito estufa, as queimadas, a poluição do ar e das águas, entre outros. As formas de trabalho, antes baseadas no esforço humano, vêm instituídas cada vez mais da maquinaria, diminuindo dessa forma, a área de participação do homem nesses setores. Isso gerou a crise do trabalho, e consequentemente o aumento do número de desempregados. Para Ricardo Antunes, professor do Departamento de Sociologia da UNICAMP, "depois da década de 1970, o mundo do trabalho vivenciou uma situação fortemente crítica, talvez a maior desde o nascimento da classe trabalhadora e do próprio movimento operário inglês."

O propósito das teorias sustentáveis encaixa-se precisamente num contexto de análise e restauração do âmbito sócio-ambiental. De forma geral, é um processo político-participativo que integra as sustentabilidades econômica, ambiental e cultural, tendo em vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida. Conscientizar o mundo de algo tão importante, como o fenômeno das crises ambientais, é algo de fundamental importância, ao mesmo passo que se torna tarefa árdua e tema de discussões polêmicas. O aprofundamento dessa questão permite-nos dizer que o meio-ambiente não é apenas algo a ser pensado hoje; é também uma associação de conjuntos e inter-relações que propiciam a vida futura.

Será, então, que seremos a última geração a existir? Até quando a Terra suportará demasiada pressão? O que podemos fazer para reverter, ou pelo menos, reduzir, o insustentável?

Em meio à desestruturada política de globalização, multidões de pessoas já estão morrendo de fome, por falta de condições necessárias à sua sobrevivência. Vivemos num universo, onde todos nós somos cúmplices e vítimas das nossas ações e, se não pararmos para observar as causas dessa “modernidade”, a ocorrência de seus efeitos perdurará às nações futuras. Faz-se necessário rever a direção da humanidade, no momento em que sua continuidade se vê ameaçada, principalmente, pelo crescimento da violência generalizada contra nosso habitat.

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Meus indicados para os selos acima são:

Fragmentos de Jô.

Marta entre parênteses.

Devaneios & Loucuras.

Segundas intenções.

Ma Passion Rouge.


17 Responses
  1. i Says:

    Rapaz, pior de tudo é lembrar que a fome e a sede dão lucro. Até a falta de ar, daqui a pouco, vai ser altamente lucrativa. Quem for esperto investirá no desastre...


  2. Anônimo Says:

    A nova "teoria" eh a de que o mundo vai acabar em 2012. O que voce acha?


  3. Renato Ziggy Says:

    Vicente, sem um pingo de papa na língua, digo o seguinte: o homem é estpidamente BURRO. Meu, onde já se viu um ser criado À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS canalizar para a própria auto-destruição a inteligência que lhe foi dada? Meu, isso é deprimente!

    Quanto à sua escrita, achei fantástico! Você é bom nisso, deve investir na contrução de artigos e por aí vai. Você redigiu muito bem, utilizou as palavras certas no momento exato. Parabéns! Curti. Até.


  4. Paulo Maia Says:

    Caro Vicente,
    É realmente bastante entristecedor o fato de que a humanidade, desta forma que está, caminhe para a própria extinção, uma espécie de "autofagia". E, dessa forma, ela própria se caracteriza como a grande culpada de tudo isso, do alto de sua impáfia em achar que é infinita. E tudo isso pode tranqüilamente se resumir na falta de ética das pessoas.


  5. Says:

    Consciência ambiental... o mundo seria outro se a maioria das pessoas soubesse o que é isso.

    Eu já me peguei em discussões homéricas por conta de coisas "tolas" (pq me parecem óbvias). Com os meus amigos eu pego pesado mesmo, falo na lata: tua mão vai cair se segurar o papel do bombom?

    Com desconhecidos adotei uma estratégia não menos incisiva. Uma vez, andando pela universidade, um cara, nitidamente estudante, simplesmente bebeu uma água mineral e jogou a garrafa no chão. Eu, como não deixo passar uma dessa jamais, peguei a garrafinha e bati no ombro dele: moço, acho q vc deixou cair isso aqui. Ele, mto, mto sem graça, me agradeceu e saiu andando rápido. Pô, mas dentro de uma universidade? Inadmissível.

    Eu sei que ambiente vai mto além disso. Foi só pra ilustrar. Começa com essas pequenas coisas. E termina da pior forma possível, q ainda será vivida. Não creio q por nós, mas pelas próximas gerações.

    E sobre as imagens, o processo varia: ora escolho primeiro a imagem, q me traz a idéia de um texto, ora o inverso. No caso da violonista, foi a partir da foto. :)

    Bjs, mocinho. Me estendi demais dessa vez.


  6. leila saads Says:

    Concordo com quem disse que as pessoas são muito burras mesmo (Mr. Ziggy). Afinal, só uma espécie muito burra mesmo para pensar apenas em acúmulo de capitais a qualquer custo e esquecer-se das consequências desastrosas que isso causa no único lugar do universo, pelo menos descoberto até hoje, onde ele pode viver. Pergunto: do que valerá bilhões em ouro quando o planeta estiver destruído? Tem uma frase do Greenpeace que diz isso de uma forma mais bonita: "Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come”.

    Até!


  7. Divinius Says:

    Gostei de ver:)
    A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA:)


  8. Unknown Says:

    Primeiro, texto fantástico. Acho que não irei mais elogiá-lo pelos restos dos dias! - até que o mundo nos acabe.

    Eu tenho esperança e fé de que um dia tudo isso possa melhorar. Às vezes, faço o que faço. Viajo à Saturno pra saber se lá é do mesmo jeito, sabe? A maioria das pessoas hoje em dia não se dão conta do mal que estão a fazer. É tudo tão fácil de entender, porém elas não querem.

    Isso entristece-me. Não canso de fazer coisas a favor da minha sobrevivência, e de seres humanos que estão no mesmo barco que eu. Dou o exemplo. Converso. Grito! É como se estivessem impedindo-me de viver. É como se também não quisessem sobreviver. Sobreviver pra que?

    Temas bastantes polêmicos envolvendo a nossa vida neste planeta, que devem cair em prática TODOS OS DIAS! E não um dia, dois, três depois de uma conferência com vários países.

    =\


  9. Gabriela. Says:

    é, já não fazem mais caps lock como ultimamente....

    Obrigada pelo mimo!


  10. Says:

    Muitíssimo obrigadíssima (é, estou num dia superlativo), Vicente. Fico gratissíssima. Adorei. Bjs pra ti.


  11. Ótimo texto, mas infelizmente "o mundo é dos espertos" e eles são por demais!
    Está linkado ok?!
    Obrigada pelos comentários :)


  12. Anônimo Says:

    obrigaaaaaddaaa
    ;****


  13. Anônimo Says:

    Tem dois selos para voce no meu jardim...
    Beijo.


  14. oi vicente!
    tb me preocupo mto com o planeta, mas não compreendo ainda o que posso fazer pra ajudar-lo (ajudar-nos). Mas é um bom tema... e muito bem escrito...

    abraço


  15. Mafê Probst Says:

    vem aquela velha frase de algum filosofo. "e quando a última árvore for derrubada, o último rio estiver sacado, o último animal morto, o homem perceberá que dinheiro não se come".

    Parabéns pelas indicações


  16. O mundo está acabando.
    Metade do mundo sabe disso.
    E metade dessa metade fala em fazer alguma coisa.
    E só metade dessa metade ai em cima é que realmente faz.
    Ou menos.
    Dá pra tentarmos fazer ao menos nossa parte, né? \o/
    adorei o que você escreveu.
    E o seu post me çembrou "Eu Sou a Lenda",assistiu?
    É um grande crítica sobre as conseqüencias que o homem está deixando no mundo.

    até,beijo :*


  17. Proibida Says:

    Fantástico artigo merecedor de um destaque invejável na maior e melhor revista do planeta! Quem sabe assim o mundo acordava de uma vez para além de parar de se auto-destruir, reconhecer você como escritor-despertador! ^^