Critical Watcher
“Se existe nesse mundo uma coisa que eu escolheria guardar para sempre comigo, essa coisa seria a música.”


A maior parte das pessoas tenta definir o amor; outra parte opta pela paixão ou, ainda, existem aqueles que desejam definir a própria vida. Tenho certeza que muitos já até tentaram definir o seu “eu” do âmago, o que na verdade sempre acaba em um dos dois fins: ou você diz ser o que gostaria que de fato fosse ou você é “inválido” o suficiente para tamanha descrição. Mas o que tudo isso tem a ver com música? Não é fácil, eu sei, mas diria que a música é, em seu contexto menos abrangente, a profusão de todos os outros sentimentos. Andei pensando nisso há algum tempo, e tenho declaradamente dito que só a música consegue mobilizar qualquer ponto de mim. Tentei encontrar algo que me despertasse tristeza, e o encontrei nas músicas de gênero Doom Metal, onde a melancolia era a rainha da noite. Músicas lentas, temáticas depressivas, desespero, morte ou suicídio foram os temas mais abordados. Em seguida, optei por um ambiente mais agressivo, com batidas pesadas e instrumentação diversificada, a fim de alcançar algum estado de perturbação corporal e ao mesmo tempo um prazer térreo, à matéria... E o EBM, sigla de Electronic Body Music, me proporcionou isso facilmente. Depois tentei encontrar a música do prazer carnal, das tentações humanas, da libido e do calor do sexo e sem algum problema a encontrei nas músicas eletrônicas, principalmente nos estilos Psy Trance e na música Techno. Ainda existem aquelas músicas que nos direciona a um patamar de tranqüilidade, de contato com a natureza, de intermédio entre o homem-alma e a alma-homem. Dentro desse perfil, encontrei a Música Clássica e o New Age, que me fizeram encontrar a busca ao espírito através do som. Poderíamos ousar passar o dia inteiro discutindo sobre a dimensão que a Música alcança, mas seria uma análise interminável, ininterrupta, contínua, o que não é o meu propósito. A única coisa que eu poderia, então, dizer é que as mais diversas notas musicais podem ter mais vida do que as suas próprias aparências e dimensões. E a música está dentro do homem desde as eras mais remotas, fosse pelo som de pedras que se chocavam, fosse pelo mar que atormentava ou fosse pela chuva que caía incessante sob raios e trovões. A música é como o sangue que pulsa, ou como a respiração limpa de uma criança. Tem um significado muito complexo, mas ao mesmo tempo fácil de se entender. E foi assim determinado que o homem fosse música e que a sua música fosse sua mais bela forma de expressão.

Esse é o meu maior presente.