Critical Watcher
O propósito de se ter um blog foi, a priore, o de poder publicar todo e qualquer sentimento que estivesse acontecendo em minha vida naquele instante. Para tanto, fiz uso de um artifício que me escondia por trás dessas palavras, de maneira tal a não permitir (na grande maioria dos textos) que o que eu expunha pudesse ser diretamente relacionado ao que eu vivia naquele momento. É claro que nem sempre foi fácil manter os sete cadeados bem trancafiados, e uma hora ou outra lá estava o “observador crítico” a deixar que a crítica não fosse objeto de sua visão de mundo, mas sim uma crítica ao mundo que ele deixava fluir pelos seus próprios dedos: uma crítica à sua alma. Existiu de tudo: ego massageado, medos descobertos, amores quase eternos, dores [im]previsíveis, renascimento e queda, sonhos conquistados, desejos da carne, dúvidas, sexo, paz e conforto. Mas tudo que sinto agora se resume a uma dor de cabeça consciente, por ter permitido que aquele observador nato caísse no enorme buraco que eu mesmo criei durante os últimos anos. Eu era aquela criança que se lambuzava toda de sorvete e não sentia o menor pesar nisso. E, estranhamente, acordei sentindo falta da liberdade e da segurança que em mim sempre estiveram presentes. Cheguei a pensar que estive resguardado, mas logo lembrei dos inúmeros espinhos que me permiti por vezes. Eis que aceitar todas essas dores e vive-las de forma intensa me fez sentir um alívio quase humano. É tudo uma pequena gota de sangue, mas eu sei que é apenas o começo. E eu já posso respirar.


Mom, today is your day. Happy Birthday!
But, mom, do not forget: everyday is your day, ok?