Ele estava encostado na porta observando-a com um ar de riso, que escapava de seus lábios finos. Ela desenhava suas curvas pelo chão, desinibida e milimetricamente sensual. Havia uma distância entre eles, o observador e o palco. A malabarista de movimentos encenava passos leves, lançando olhares inéditos, acariciando seu próprio corpo, desflorando seus prazeres mais secretos. O homem nunca sentira tanto prazer. Chegou a se aproximar mais um pouco, pois a escuridão do quarto só recriava cores marrom-escuro. Ela deu um passo atrás, acenando que ele voltasse para onde estava. Cautelosamente, com a leveza de um pássaro, ela retirou todas as peças que cobriam o seu pudor destemido. Abriu uma garrafa de vinho tinto gaúcho e despejou dentro das duas taças o líquido desejoso (talvez não o único). Sorriu para ele, ainda que cabisbaixa, e bebeu as duas taças, de forma tal a escorrer sobre seu corpo o vermelho tímido do vinho, que encontrava o seu caminho na mais perfeita silhueta.
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Ele não pensou duas vezes... Ela o permitiu.
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Ele não pensou duas vezes... Ela o permitiu.
Um prazer visual por uma encantadora malabarista que mecheu com os sentimentos de seu público.
Beijos doces de seu sabor preferido.
Permitir-se a qualquer gesto, mas não a qualquer taça de vinho. O bom vinho, com a ótima companhia leva os nossos prazeres a outro mundo INCRIVELMENTE INEXPLICÁVEL. Juro que os toques, os olhares, o calor que sobe no corpo quando se toma esse vinho, transforma-nos em apenas um pássaro: aquele que voa como nenhum outro por ares limpos.
Eu já disse e volto a repetir: precisamos escrever um livro, Freitas. E um dia faremos isso. Acredito em nós.
Um grande abraço, meu amigo.
=]
Escreves muito bem :)
Visita o mue blogue e comenta o mue último post :)
Ahhh, gostei do blog!!!
Beijos
Olá meu caro!
Fazia um tempinho que não andava por "aqui".
Mas percebo que você evolui em seus textos a cada dia... Nem parece que academicamente, não és da área de Ciências Humanas. :)
Abraço grande!
Texto gostoso de ler, situação boa de se imaginar... narração agradável. Muito bom, moço.
Foi experiência pessoal? Risos.
Beijo meu.
Fiquei curioso com esse "pudor destemido" que ela cobria. Imaginei a mulher maravilha, intrépida e valente, encarando tudo de frente, de ladinho e por trás.
Um texto erótico e engraçado ao mesmo tempo. Bem, pelo menos para mim.
Uma palavra só vem a cabeça: sensualidade.
Beeijo, Vicente.
:*
Que ótimo que é ler uma postagem sua de novo :D tava sentindo muita falta, mas já vi por esse texto que você veio com nuances mais implícitas do que nunca e eu adoro muito tudo isso ;) tanto tempo que a gente não se fala :~
se cuida, abraço!
Vicente, muito prazer!!!
;)
Encantei-me com seu texto...muita sensualidade e imaginação..ler as entrelinhas, o não dito, não escrito é maravilhosos....
Voltarei mais vezes por aquii, posso??
Bjoss,
Lê
http://inverossimilhancadoreal.blogspot.com
A colega teve a mesma percepção que eu. Além de toda a descrição da cena, que aliás mexe com a imaginação do leitor, podemos ver também as entrelinhas... E aí dá pra perceber "que o homem sai de si mesmo" e constrói um texto sensual. Todos nós, como humanos, nos identificamos. Parabéns.
Ah, o vinho tinto (artesanal, por certo) gaúcho! Tenho boas lembranças dele...
Dioniso presidiu esse encontro, com certeza.
E mandou ondas pelo resto do cosmos.