"E num instante qualquer comecei a pensar em minha vida. Foi tudo tão rápido que nem sequer tive direito de aceitar aquela situação. Sem esperar, flashes e luzes transpassaram as imagens que meus olhos podiam enxergar naquele momento. À minha memória restavam apenas registros passados de sentimentos que já não mais existiam. Eu estava em outro lugar, em outro tempo, indeterminado e esquecido. Como de relance, aos meus olhos foi permitido divisar imagens que há muito adormeciam em meu inconsciente. Lágrimas corriam de meus olhos, como se algo ou alguém estivesse a perfurar-me incisivamente. E eu não entendia o porquê da árdua necessidade que havia naquele ato, que soava como penitência a um passado marcado por culpa e iniqüidade. Então, via-me correndo diante de uma imensidão de sombras que aterrorizavam meus passos e que pareciam degustar o agonizar de meus gritos. Não era fácil. Eu tentava materializar a idéia de que tudo aquilo não passava de um pesadelo, desviando de todas as tentativas de destruição a mim lançadas, mas de nada isso me servia. As dores aumentavam, o medo acirrava-se, o grito ecoava cada vez mais penetrante. Minha pele ardia em chamas e volatilizava-se perante minha fraqueza. Desordenadamente, vozes e inscrições surgiam diante de mim. Era tudo uma ordem, uma prescrição... Algo que me deixava bem claro o perigo daquela circunstância. Experimentei chegar ao íntimo de minha mente, a fim de buscar razões que justificassem o demolir de um simples instante de reflexão. De súbito, comecei a entender o que me passava. Era você quem contundia a minha lembrança... E que pena, uma triste lembrança!"
Se todas as tristes lembranças que eu tiver resultarem em textos bons quanto esse eu juro pelos céus que quero tê-las mais um pouco. ;)
muito bom!
/abraço.
Haha! Eu num tenho tanto cacife pra comentar não, mas aí vai a minha simples opinião sobre o blog! Bem, Vicente, dizer que você é "O CARA" quando está de lápis e papel na mão, nem preciso, né? Lembra de quando escrevíamos (quase tudo que escrevíamos) e fazíamos questão de mostrar um ao outro o resultado final (verdadeiras obras inacabadas, já que sempre sugeríamos mútuas alterações)??? =D Bons tempos, que hão de voltar um dia... PARABÉNS, continue assim! Você realmente está seguindo por essa vereda de grandes escritores. Abraçoo \o/
Por caminhos cheios de sintomas de "arrepio", encontrei esse blog. Com palavras ocultas, assim como meus pensamentos são, adorei lê-lo e viajar em tais pensamentos poéticos.
Assim como você, também ouso a escrever sobre as grandes fantasias das nossas cabeças. Que podem ser até contos de fadas. E contos de fadas também existem em cheio no mundinho dos meninos.
Lindo, claro - talvez - e sincero comecinho de blog, hein?!
Parabéns, meu caro.
Vicenteeeee adorei seu texto ficou ótimo. Quando lançar um livro me manda um autografado tah?!
^^
Bom, convidado a ler o blog de Vicente, eu me senti obrigado a tecer algum comentário sobre suas novas postagens que, como de costume, são fantásticas. Devo dizer que você é um escritor nato, excepcionalmente diferente de tudo o que eu já vi. Continue escrevendo e nos trazendo tão verdadeiras palavras. Parabés, simplesmente excepcional.
Abraço.
Fico muito envaidecida por você ser meu filho. Parabéns! Continue assim, premiando nossa alma com seus lindos versos. bj.
Que memorialismo fascinante! Custo a crer que não tens 97 anos...
ó t i m o texto!