Critical Watcher
não sei se com vocês é assim, mas eu tenho a ligeira impressão de que quanto mais procuramos pela pessoa certa, mais ela se afasta da gente. digo isso porque, na prática, as pessoas mais interessantes aparecem quando você está namorando, o que significa que você [pelo menos para mim é assim] não estava esperando por este “indevido” surgimento. mas o fato é que se pararmos para focalizar nossas ideias em coisas menos voltadas para o relacionamento humano, e apenas deixar que as coisas tenham uma ocorrência natural, tudo parece ter um sentido mais bonito. na ordem: surpresa, encontro, afinidades e paixão. por outro lado, quando você se sente sozinho, a tendência associada ao homem é a de criar expectativas acerca de alguém que você espera conhecer naquela noite de sexta-feira. e acreditem: o resultado é geralmente catastrófico. talvez a razão para isso não esteja nem ligada ao fato de você estar esperando pelo par perfeito, mas, sim, em atribuir a importância daquela noite à necessidade de descobrir um amor imediato. esse é um peso realmente desnecessário. é importante ressaltar que não estou dizendo com isso que devamos apenas deixar as coisas acontecerem, porque, se assim o fosse, a vida seria muito sem graça e totalmente boêmia, igual à música do zeca pagodinho “deixa a vida me levar, vida leva eu...”. é preciso saber manipular situações e fazer boas escolhas, pois somos parte de um jogo onde as probabilidades dependem em grande parte do que queremos para nossa vida. no entanto, nem sempre nossas escolhas decidirão o rumo que gostaríamos de dar às coisas e precisamos estar cientes disso. se temos a chance de aumentar a concretude de um desejo de 50% para 90%, por que não tentar dar um empurrãozinho? apenas esteja consciente de que os outros 10% estão totalmente anexados na sua ideia de “possibilidade”, e assim você poderá dormir com a consciência de que você é sempre a sua melhor companhia.
Critical Watcher
Sinto falta do desconhecido.
Sinto falta de alguém que nem mesmo sei se um dia existiu.
Sinto falta do impossível. Sinto falta do incomum.

Sim, eu sinto falta de tudo que me faça sonhar.
Critical Watcher

Vasculhando as músicas do notebook, eis que me deparo com algumas músicas da Dido. A primeira coisa que pensei foi "nossa, eu ouvia muito isso quando tinha 18, 19 anos". Naquela época, Dido era o tipo de cantora que conseguia me fazer pensar adiante, fazia eu conseguir me concentrar e pôr minhas ideias em prática. Como é de se esperar em qualquer jovem, somos projetados a imaginar o futuro, a ter receios do que irá acontecer adiante e como isso vai acontecer. Vivemos sob correria, comendo os dias de hoje para que o amanhã chegue logo. Não sabemos ouvir o "bom dia" daqueles que sorriem toda manhã no trabalho, simplesmente reagimos mecanicamente em resposta àquilo. Não conseguimos lembrar da última vez que chegamos em nossos irmãos para dizer o quanto os amamos, ou para nossos pais e falamos que eles são incrivelmente maravilhosos, mesmo com todos os defeitos. A vida acaba sendo muito estranha, quando você começa a perceber que o tempo é inversamente proporcional ao seu desejo... Se você quer que ele corra, ele passa devagar. E se você quer que aquele momento se eternize, você não tem nem tempo e o instante já se passou. Correr, correr e correr, sonhando alto com o primeiro apartamento depois que estiver trabalhando, ou com o carro que vai comprar com seu próprio dinheiro, e a vida liberta que você vai encontrar lá na frente... Ontem fui tirar uma dúvida com minha orientadora sobre o que ela achava sobre eu adiantar o estágio obrigatório de meu curso, afim de me graduar um semestre antes do previsto. Conversamos sobre os meus motivos para querer tanto me formar antes do prazo normal, as possibilidades mais rápidas de emprego, um semestre ganho para estudar para concursos e ainda a tentativa de um mestrado. Até então, para mim, adiantar um semestre mudaria o transcurso de boa parte de minha vida profissional. Eu entraria no mercado de trabalho mais cedo, aos 21 anos, e estaria preparado para viver "by my own". Depois de muito me ouvir, ela me mostrou o quanto eu estava errado e que eu não precisava correr tanto, que eu aproveitasse melhor minha vida: o meu hoje. Ela me fez entender, através daquele conselho maternal, que a vida pode passar rápido demais e que eu deveria olhar melhor o mundo, namorar mais, fazer mais amigos, viajar mais... porque ela já sabia que o tempo um dia me mostraria o quão doloroso é olhar para o passado e não ter feito o que você gostaria de ter feito e não fez. Saí daquela sala decidido a entender melhor o sorriso das pessoas, ouvir mais aqueles que precisam, dedicar-me à minha saúde mental, chorar mais, fotografar mais as pessoas que eu amo, viajar por caminhos nunca antes vistos, e não idealizar tanto o futuro. Porque eu sei que eu vou conseguir as coisas que sempre quis, com paciência, serenidade e cautela. Eu sei que as atitudes que tenho tomado durante todos os anos de minha vida um dia me conduzirão ao almejado desejo de ser eu mesmo, sem medo das minhas falhas, sem o arrependimento de mostrar quem eu sempre fui. O futuro passou a ter um significado diferente pra mim... Antes ele era um labirinto, com difíceis saídas e várias interrogações. Hoje o vejo como um mar aberto, com algumas fortes ondas, algumas pedras na areia e a infinitude do horizonte a me chamar para desbravá-lo... Hoje o futuro me espera incessantemente, e a minha única dúvida é se conseguirei atravessar a praia e, de uma vez por todas, tocar os pés na água.

Dias velhos se vão, mas os novos sempre chegam. Assim, absolutamente pontuais.
Critical Watcher
É claro que eu pensei que as coisas seriam diferentes. Você tinha tudo para me fazer feliz, pois eu me sentia completo toda vez que estávamos juntos. Eu tinha os melhores sorrisos, os melhores abraços, as melhores frases de amor... Éramos românticos assumidos, lembra? Não consigo pensar em algum dia que nos deixamos de nos falar ao telefone antes de dormir, ou de quando você me faltou com respeito ou quando tivemos uma briga irreconciliável... Porque isso nunca existiu e as coisas eram muito simples, como 2 + 2 = 4. Eu te amava sem medo algum. Você também me amava de forma intensa. Dois amores que aqueciam quaisquer distâncias de uma semana cheia de trabalhos, preocupações e cansaço. O nosso mundo foi criado apenas por nós dois, e ninguém tinha acesso ao nosso paraíso... Lá podíamos ser felizes como bem entendêssemos, poderíamos correr nos jardins mais verdes e ouvir os pássaros mais lindos. Lá construímos um sonho de uma vida a dois. Nossa casa era branca, tínhamos uma piscina imensa e nossa filha, a Bárbara [que relutei para aceitar este nome], era a coisa mais linda que Deus poderia nos dar. Chegava a ser engraçado o quanto nossas diferenças faziam as coisas ficarem mais bonitas, pois juntos aprendemos a aceitar as diferenças e a compartilhar nossos consensos. Você me dizia que eu havia transformado a sua vida, e eu achava que tinha começado a viver depois de você. Até hoje não consigo entender o que aconteceu com nós dois, mas a certeza que guardo comigo é que o nosso paraíso permanece imutável em sua perfeição, como aquela pedra de diamante que nunca foi quebrada e nem tampouco riscada pelo tempo que nos afastamos.

"Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas."

Critical Watcher
Amanheci sentindo falta de seu abraço
e do seu carinho ao dizer que eu era único
São coisas assim que me assustam
e me fazem tentar voltar à realidade.

Mas eu não volto.

A dor da saudade ou o medo da conquista
são inerentes a qualquer grande amor.
E sentir-se humano é um graça divina:
uma conquista de poucos, na verdade.

A efemeridade das coisas torna tudo singular,
mas eu não gosto de coisas sem plural.
Para mim, tudo é intenso, vívido e vermelho
até que a cor desapareça e novas dores surjam.

E com as dores, novas paixões.
Com as paixões, alguns amores.

Acreditar que posso ir além mesmo sem você
torna meus dias menos difíceis.
Porque a paixão me consome, a paixão me enlouquece.
A paixão não anestesia as dores de vivê-la.

Procuro no celular alguma mensagem sua
e seguro-me para não te escrever coisas bonitas.
Mas as coisas não eram pra ser assim,
pois dizer-te amores não me faz um estranho.

Eu acredito em você se me olha nos olhos
e me diz que tudo será eterno.
Eu acredito quando você me diz novamente
que sou e serei para sempre o único.

Mas a minha crença não é infinita, meu amor.
Você sempre soube que ela dura o instante de uma faísca.
E que talvez fosse preciso me provar isso a cada novo dia,
porque no final eu sei que as coisas não são bem assim.

E [infelizmente] o ciclo recomeça.
Critical Watcher
Ele era um garoto dedicado. Veio morar na cidade grande com o propósito de seguir o sonho de se tornar um grande fisioterapeuta. Mesmo longe de seus pais e, muitas vezes, afastado de seus melhores amigos, o Victor sabia exatamente o que queria. Às vezes ele tentava dizer a si mesmo para desistir, mas logo isso lhe mudava de pensamento, porque ele sabia o quanto as pessoas precisariam da ajuda dele, enquanto profissional da saúde. Ocorreu-lhe que surgiu uma oportunidade de trabalhar com alguns idosos em um asilo, cuja função seria massagear os seus dedos dos pés, ajudando-os na circulação e na diminuição de dores daqueles pés pesados de caminhar. Só que existia um problema que o Victor tinha que enfrentar: ele se envolvia emocionalmente com todo paciente, e toda vez que ele via tristeza no olhar de um idoso, ele também se sentia triste, embora naquele momento todas as suas ações se voltassem para um sorriso de agrado e uma conversa que fizesse aquele velhinho esboçar alguma reação feliz. Outra característica também inerente àquele bom moço era o fato de que ele não se continha com pouco. Seu trabalho seria resumido a apenas dois idosos, mas ele prometeu a si mesmo que daria seu amor e carinho a todos que ali estivessem presentes, e se dedicaria para tornar aquele ambiente de isolamento social um pouco mais cheio de risos. No seu primeiro dia de visita ao asilo, o Victor notou que existiam muitos idosos para poucas pessoas que cuidavam deles, e também notou que, de forma geral, as velhinhas eram bem mais tristes que os velhinhos, talvez porque estes últimos conversavam mais entre si sobre seus interesses em comum e acabavam formando mais amigos do que as senhoras. Quando o massageador de dedos chegou, os velhinhos ficaram felizes por receber a visita de alguém nunca antes visto, e é então que o Victor avisa que estará indo àquele asilo para ajudá-los com fisioterapia nos dedos dos pés, e que ficará responsável por alguns deles. No entanto, mesmo naquele ambiente de receptividade, existia uma senhora cabisbaixa que parecia estar muito deprimida por estar abandonada ali, sem qualquer familiar ou amigos a visitá-la. O Victor chega até ela e pergunta se está tudo bem, dizendo que vai cuidar dela da melhor forma possível e que tudo ficará tranquilo. A senhora, com um olhar ainda de tristeza e medo, pede para que por favor ele não a machuque, porque ela tem medo de sentir dor. O bom garoto, com o coração totalmente dolorido, segura as mãos daquela velhinha e garante-lhe que nada vai doer, e que a massagem dos dedos só vai trazer coisas boas. A velhinha sorri, com os olhos brilhando por acreditar que encontrou seu mais novo amigo. E, de fato, ela o encontrou.
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Ao chegar em casa, o massageador de dedos chorou e pediu a Deus que o abençoasse nessa caminhada, e que antes de qualquer coisa mantivesse o seu sentimento pelos pacientes, pois nada no mundo conseguiria comprar aquele sorriso de confiança que ele conquistara naquela manhã.
Critical Watcher
O propósito de se ter um blog foi, a priore, o de poder publicar todo e qualquer sentimento que estivesse acontecendo em minha vida naquele instante. Para tanto, fiz uso de um artifício que me escondia por trás dessas palavras, de maneira tal a não permitir (na grande maioria dos textos) que o que eu expunha pudesse ser diretamente relacionado ao que eu vivia naquele momento. É claro que nem sempre foi fácil manter os sete cadeados bem trancafiados, e uma hora ou outra lá estava o “observador crítico” a deixar que a crítica não fosse objeto de sua visão de mundo, mas sim uma crítica ao mundo que ele deixava fluir pelos seus próprios dedos: uma crítica à sua alma. Existiu de tudo: ego massageado, medos descobertos, amores quase eternos, dores [im]previsíveis, renascimento e queda, sonhos conquistados, desejos da carne, dúvidas, sexo, paz e conforto. Mas tudo que sinto agora se resume a uma dor de cabeça consciente, por ter permitido que aquele observador nato caísse no enorme buraco que eu mesmo criei durante os últimos anos. Eu era aquela criança que se lambuzava toda de sorvete e não sentia o menor pesar nisso. E, estranhamente, acordei sentindo falta da liberdade e da segurança que em mim sempre estiveram presentes. Cheguei a pensar que estive resguardado, mas logo lembrei dos inúmeros espinhos que me permiti por vezes. Eis que aceitar todas essas dores e vive-las de forma intensa me fez sentir um alívio quase humano. É tudo uma pequena gota de sangue, mas eu sei que é apenas o começo. E eu já posso respirar.


Mom, today is your day. Happy Birthday!
But, mom, do not forget: everyday is your day, ok?
Critical Watcher

Eu poderia te falar coisas que te tocassem lá no fundo

Coisas boas, que te fariam sorrir e talvez me desejar

Ou, ainda, poderia dizer que tu és uma droga

Que envenena meu sangue e me faz querer-te ainda mais

Eu poderia simplesmente te fotografar um sorriso

Cuja imagem refletiria minha satisfação por tu existires

Mas poderia também fotografar um rosto triste

Pra justificar a dor que sinto pela tua ausência

Poderia sair correndo ao encontro do mar

E dizer-te o quanto foi maravilhoso sentir o vento tocar meu corpo

Mesmo sabendo que nada compensaria a ausência de tuas mãos

A ausência de teu toque, do teu beijo, do teu carinho

Eu poderia sim.

Poderia ser o primeiro a te mandar a mensagem de parabéns

Ou poderia ser o último a lembra-la do teu aniversário

Poderia te dizer o quanto esse dia é especial

Ou poderia dizer que tu estás mais velha e ranzinza

Eu poderia te comprar mil presentes encantadores

E esquecer que o maior presente é o próprio sentimento

Mas poderia também doar-te meu coração

E esperar que tu soubesses ajuda-lo a bater por nós dois

Eu poderia te ligar e dizer aquele “eu te amo”

Para encher nossos corações de felicidade

Mas eu também poderia estar ao teu lado

Olhando seus olhos, fazendo juras eternas de amor

Ah, sim.

Eu poderia sim.

Eu poderia te convidar para assistir algum filme “love story”

Dividir contigo aquela pipoca e os momentos mais felizes

Ou poderia fingir que tu não existes

E esperar, quem sabe, por um convite qualquer

Eu poderia deixar-te sozinha

Para curtir um pouco a liberdade de estar livre

Como aquele pássaro que pousou na nossa janela

E depois saiu feliz rumo à grandiosidade do céu

É, eu também poderia.

Poderia sim.

Eu poderia oferecer-te rosas, dos melhores aromas possíveis

Fazer teus olhos brilharem de felicidade

Ou poderia te mostrar os espinhos que até as mais belas rosas possuem

E dizer-te que nem tudo é perfeição

Sabe, eu acho que poderia ir muito mais além do que jamais fui

Ou poderia deixar-me estático, sem nenhum objetivo

Poderia fingir que você não é especial pra mim

Ou apenas dizer-te amenidades e esconder o que sinto

Mas eu aprendi que uma das coisas mais importantes

da vida é saber dizer o que sentimos enquanto podemos.

E você é uma dessas “pequenas coisas grandiosas”.

You should be happy, ‘cause...

[...]
yeah, ‘cause you are really loved. =)

Critical Watcher
Sometimes the least thing you expect from people is respect.
-
O dicionário diz que “respeito” é o sentimento de reverência ou consideração, o apreço que se tem por alguém ou alguma coisa, a atitude de deferência ou obediência em relação a outrem; respeito é justiça, direito, razão. Na verdade não é de se estranhar me ouvir falando sobre respeito, uma vez que cresci com minha mãe sempre a cobrar dos seus três filhos o tão almejado sentimento. Não posso dizer com isso, no entanto, que fui o filho mais respeitoso, ou que sempre andei na linha. Por outro caminho, a minha intenção aqui é dizer que tive tempo suficiente para aprender com os inúmeros erros impensados cujos atos me fizeram vilão do desrespeito. Nada mais fácil do que apontar o dedo, do que dizer que o outro está errado e você quem é o certo. Nada mais fácil que usar uma ideia ou um pensamento generalizado de um grupo para acometer alguma minoria. O fato é que as pessoas têm um tempo destinado a aprender com os próprios erros, e é isso que separa a adolescência da fase adulta. É este tempo que vai tornar os seus erros toleráveis ou não. Faz-se válido salientar, ainda, que a questão do erro não reside na justificativa de que todo ser humano pode errar, mas sim na perspectiva de quando você se permite errar. E quando esse erro é cometido por alguém que você chama de amigo, é hora de parar para pensar e ver que as coisas não estão caminhando bem. Talvez seja tempo de aceitar que as pessoas podem, no mínimo, serem diferentes do que você espera delas. Talvez seja o momento de perceber que é mais fácil acreditar em bons sentimentos do que apenas atirá-los à fornalha. E é nisso que eu tenho pensado ultimamente.
Critical Watcher

Temos a noite inteira

Nesse quarto com vista ao mar

Temos o riso no rosto

Desejos que nunca se acabam

Teus braços nos meus


Temos a penumbra da noite

Sombras que desenham os nossos corpos

Feixes de luz que permitem as formas mais sutis

Temos tudo, meu amor

Temos o desejo de nos descobrir


Cada segundo é um mar de prazer

Não há distância entre você e eu

Não, não há meu bem

Quando estou contigo, é só você e eu


Teus lábios atacam minha boca

Tua sede alimenta meu ego

Teu calor derrete os meus medos

E você se diz toda minha, toda minha


Você me pede amor

Eu te dou o meu amor

E nadamos juntos nesse mar desconhecido

De lençóis, roupas e cobertores


Porque nosso encaixe é perfeito

E eu sei que você já me disse isso

E eu não preciso repetir outras vezes

Que quando estou com você somos apenas um


Não preciso repetir nenhuma outra vez

Porque prefiro guardar o que sinto

Aqui dentro comigo, sob minha custódia

Durante toda a estação


[E meu coração acelera mais uma vez...]


Critical Watcher
A vulnerabilidade faz do homem um ser completo.
Uns optam pela vida, outros decidem pelo amor, e há os que acham tudo muito banal.
A verdade pode até parecer simples, mas estar imune não lhe garante segurança.
De fato, a razão tem fugido de quaisquer formas despretensiosas ou não.
Ela tem medo de quando a deixamos ir embora.
Porque quando ela vai, folhas são jogadas ao vento.
Como as plumas daquele travesseiro rasgado no topo do telhado.
Que esvoaçavam felizes, com algum destino desconhecido.
Mas que nunca à sua casa tornam.
Critical Watcher
“Se existe nesse mundo uma coisa que eu escolheria guardar para sempre comigo, essa coisa seria a música.”


A maior parte das pessoas tenta definir o amor; outra parte opta pela paixão ou, ainda, existem aqueles que desejam definir a própria vida. Tenho certeza que muitos já até tentaram definir o seu “eu” do âmago, o que na verdade sempre acaba em um dos dois fins: ou você diz ser o que gostaria que de fato fosse ou você é “inválido” o suficiente para tamanha descrição. Mas o que tudo isso tem a ver com música? Não é fácil, eu sei, mas diria que a música é, em seu contexto menos abrangente, a profusão de todos os outros sentimentos. Andei pensando nisso há algum tempo, e tenho declaradamente dito que só a música consegue mobilizar qualquer ponto de mim. Tentei encontrar algo que me despertasse tristeza, e o encontrei nas músicas de gênero Doom Metal, onde a melancolia era a rainha da noite. Músicas lentas, temáticas depressivas, desespero, morte ou suicídio foram os temas mais abordados. Em seguida, optei por um ambiente mais agressivo, com batidas pesadas e instrumentação diversificada, a fim de alcançar algum estado de perturbação corporal e ao mesmo tempo um prazer térreo, à matéria... E o EBM, sigla de Electronic Body Music, me proporcionou isso facilmente. Depois tentei encontrar a música do prazer carnal, das tentações humanas, da libido e do calor do sexo e sem algum problema a encontrei nas músicas eletrônicas, principalmente nos estilos Psy Trance e na música Techno. Ainda existem aquelas músicas que nos direciona a um patamar de tranqüilidade, de contato com a natureza, de intermédio entre o homem-alma e a alma-homem. Dentro desse perfil, encontrei a Música Clássica e o New Age, que me fizeram encontrar a busca ao espírito através do som. Poderíamos ousar passar o dia inteiro discutindo sobre a dimensão que a Música alcança, mas seria uma análise interminável, ininterrupta, contínua, o que não é o meu propósito. A única coisa que eu poderia, então, dizer é que as mais diversas notas musicais podem ter mais vida do que as suas próprias aparências e dimensões. E a música está dentro do homem desde as eras mais remotas, fosse pelo som de pedras que se chocavam, fosse pelo mar que atormentava ou fosse pela chuva que caía incessante sob raios e trovões. A música é como o sangue que pulsa, ou como a respiração limpa de uma criança. Tem um significado muito complexo, mas ao mesmo tempo fácil de se entender. E foi assim determinado que o homem fosse música e que a sua música fosse sua mais bela forma de expressão.

Esse é o meu maior presente.